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terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

CABAÇA

O nome cabaça é utilizado para designar pelo menos duas espécies distintas. Existem
dois tipos de cabaça, um que nasce em árvores, também chamado cuité (Crescentia
cujete), e uma outra com o hábito de trepadeira (Lagenaria vulgaris). Os índios tupis já a utilizavam, denominando a mesma de  Ku ‘ ya,  nome que foi incorporado por nós
como cuia
A cabaça redonda (Crescentia cujete) é chamada nas casas de Candomblé por  igbá,
nome que faz alusão a sua forma. Durante muito tempo seus frutos foram utilizados
como principal assentamento dos orixás, sendo substituído atualmente por tigelas de
materiais diversos como porcelana e vidro. Entretanto, algumas casas ainda preservam
essa tradição.
No culto de Ifá é usada como morada de Odú, esposa de Orunmilá, recebendo o nome
de Igbàdú. É nessa cabaça que céu e terra se unem, constituindo toda a existência e o
equilíbrio entre a representação masculina e feminina, o frio e o quente. Esse fato liga o
seu uso aos cultos de Obatalá, Oduduwá e Orunmilá
A cabaça representa o Segredo (Awo), fato que é atestado durante uma cerimônia
conhecida por “Ideká”, ou mais popularmente, como “Entrega de Cuia”. O termo ideká
significa “transmissão de segredo”, fazendo parte do fechamento do ciclo de iniciação.
Durante essa cerimônia, que só pode ser realizada após sete (7) anos de feitura, o
iniciado ascende ao grau de Egbomí (irmão mais velho), podendo participar ativamente
de uma série de cerimônias e atividades que antes lhe eram vetados. É nesse momento
também   que  o   mesmo  pode  receber  (ou  não)  um  Oye  (cargo),  que  pode   ser  de
Iya(Babá)lorisá ou outro qualquer (Iya Kekere, Iyábasé, Runsó (Jeje)). É interessante
ressaltar que, passar pelo Ideká  é um direito de todo aquele que possua sete (7) anos de
iniciado   e  esteja   com  as   obrigações  em   dia.  Entretanto,  em   casas  tradicionais,   o
recebimento de Oye (cargo) não é para todos, e vai depender do odú individual. Ou seja,
nem todos os iniciados nascem para ocupar cargos, nem tão pouco para abrirem ilês.
É   a   cabaça   também   que   ocupará   lugar   de   destaque,   durante   o   ritual   do  Asèsè,
representando a cabeça do falecido.. Local onde todos depositarão moedas.. Durante o
Ìpàdé, ritual de homenagem a Esú e todos os ancestrais masculinos e femininos (Iyá
Mí), novamente lá estará a cabaça recendo diversas oferendas.
As folhas de Lagenaria vulgaris, extremamente amargas, são utilizadas para apressar o
parto, porém seu uso freqüente e em grande quantidade pode causar hemorragias sérias.
A espécie Crescentia cujete também possui capacidade de induzir a contração uterina,
sendo considerada abortiva. Isso faz com que sejam consideradas folhas quentes (ewe
gún). A cabaça é também utilizada na confecção de berimbaus e outros instrumentos
musicais
A cabaceira é considerada um dos atin (atinsá) do vodun Legba, sendo o mesmo
assentado aos seus pés. A principal ferramenta de Esú é o ógó, que representa o próprio
pênis de Senhor dos Caminhos Que Se Encontram. Nesse caso o ógó é enfeitado com
duas cabaças, que representam os seus testículos, reiterando a sua função de procriador
do mundo.
O seu fruto também está intimamente ligado a  Esú e  Ossayin. É no seu interior que
esses orixás carregam seus  ofós, preparados mágicos. Nesse caso costuma receber o
nome de adò. São esses orixás os responsáveis pelo transporte do erù iyawo (carrego do
iyawo), momento que cantamos ao final da Sassayin

Órùn a f’Èsù
Òdàrà kó ba l’ayo
Órùn a f’Èsù
Ase lè be kó ba l’O

O que entregamos a Esù Odara
Que ele leve com alegria
O que entregamos a Esù
Força poderosa, suplicamos que ele leve
E também após o orukó iyawo (cerimônia do nome):
Erù pin (Orò pin)
Erù dà

Dá nise
Bó re adá
O carrego (rito final)
Você carrega silenciosamente
Sozinha e cansada
Libertando-se dele
Ewe o! Laroye!
Por Jonatas Gunfaremí



Um comentário:

  1. Muito obrigado pelo ensinamento.
    Sempre muito bem vindo qualquer ensino do candomblé.
    MOTUMBÁ!

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