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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

MANGABA

Nome científico Hancornia speciosa Gomez

Família Apocynaceae, mesma da alamanda, velame-branco, tiborna e guatambu.

Hua das mais nobres frutas desta America he a Mangaba, de que se faz rica conserva, bem estimada, ainda fora de sua patria; [...]”
A. Rosário (1702), em Frutas do Brasil III..

Além da variedade típica da mangabeira, no Cerrado também ocorre Hancornia speciosa Gomez var. pubescens (Nees & Mart.) Müll. Arg.
Árvore de ocorrência nos estados do Cerrado, Caatinga e litoral nordestino, podendo alcançar até 10 metros de altura, com tronco áspero, ramos lisos, avermelhados, com látex branco abundante. Suas folhas são opostas, simples, medindo entre 5 a 6 x 2cm. Suas belas flores alvas e saborosos frutos conferem valor ornamental à espécie, ideal para a arborização urbana e rural (Figuras 01, 02, 03 e 04).



"Em que afundamos num cerrado de mangabal, indo sem volvência, até perto de hora do almoço. Mas o terreno aumentava de soltado. E as árvores iam se baixando menorzinhas, arregaçavam saia no chão. De vir lá, só algum tatú, por mel e mangaba. Depois, se acabavam as mangabaranas e mangabeirinhas. Ali onde o campo larguêia.” GSV pg47.
No bioma Cerrado, assim como em outras regiões, ocorre em agrupamentos naturais, facilitando ações de extrativismo e conservação.
“O mesmo socede com as Mangabeyras, arvores que dispostas pela natureza em terreno de huã, duas, e mais legoas, parece um pomar bem concertado pela arte. [...]” D.L. Couto (1757), em Glórias de Pernambuco.
Além de dispostas favoravelmente pela natureza, há séculos os povos do sertão cultivam a mangabeira, inclusive associada com outras espécies. Os naturalistas Spix e Martius, passando em 1818 pela bacia hidrográfica do rio Urucuia, importante cenário do romance Grande sertão: veredas, fazem o seguinte relato " A mangabeira [...] aparece daqui em diante, cada vez em maior número, nas regiões quentes e secas do sertão, e é cultivada, não raro, como nas províncias da Bahia, Pernambuco e Ceará, junto com a goiabeira e o ananás. ".
É empregada como medicinal e na fabricação de doces, sorvetes, geléias e licores, tanto artesanais como industriais, sendo uma das espécies nativas de importância para o fomento de uma economia baseada na utilização e conservação de recursos naturais do Cerrado.
Tradicionalmente, seus frutos são colhidos no chão, após cairem naturalmente do pé, sinal de que estão bem maduras.
“Ah, a mangaba boa só se colhe já caída no chão, de baixo... Nhorinhá.” GSV pg.33.
O relatório técnico de Planejamento para Conservação de Áreas do Parque Estadual do Jalapão (Tocantins), realizado pela TNC-Brasil ( The Nature Conservancy, 2008), inclui a mangaba entre os alvos para conservação, estando entre as espécies vegetais mais utilizadas pela comunidade do Jalapão, juntamente com capim-dourado, buriti, jatobá, pequi, cajuzinho, buritirana, puçá e piaçaba.
Na região de Balças (MA) a mangaba integra uma lista de espécies indicadas para o aproveitamento econômico de reservas legais de propriedades rurais do Cerrado (Aquino et al . 2007). Entre 14 possíveis formas de utilização, são atribuídas quatro para a mangaba: melífera, alimentícia, medicinal e alimentícia para a fauna silvestre. Pesquisa no Mato Grosso constatou sementes da mangaba em nove meses do ano, nas fezes da raposinha-do-campo, o menor canídeo das américas (Dalponte e Lima, 1999).
No norte de Minas Gerais, região do Grande Sertão , a polpa da mangaba, bem como de outras espécies nativas, é comercializada por produtores e cooperativas rurais. Os produtos do Cerrado são um importante componente da economia local, contribuindo na renda de milhares de famílias, como as 1500 congregadas na Cooperativa dos Agricultores Familiares e Agroextrativista Grande Sertão (MG), de Montes Claros .


Na bela pesquisa de Ricardo Ribeiro (2006), a mangaba é citada entres as plantas do Cerrado utilizadas nas regiões do Triângulo Mineiro e no vale do Jequitinhonha
No âmbito das Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade, a mangaba está entre as cadeias mais expressivas dos Biomas Cerrado e Pantanal, segundo os seguintes critérios: Significância social, Importância econômica, Relevância ambiental, Representatividade territorial, Inserção em políticas já existentes (Brasil, 2008).
Na região litorânea do Sergipe a mangaba tem o valor estável em R$ 1,00 a R$ 1,20 o quilo para o produtor e em torno de R$ 3,00 o quilo do fruto in natura nos supermercados, preço este que geralmente é superior ao da maçã e da uva, importadas de outros estados. No Sergipe, mudas e sementes de mangaba podem ser adquiridas no Viveiro das Mangabeiras.

Sua reprodução pode ser feita por meio de sementes ou pelo método de enxertia (Junqueira et al. 2002). Segundo o agrônomo Josué Silva Júnior, da Embrapa, um dos segredos para a produção da muda de mangaba é que as sementes não devem secar.
Bibliografia consultada:

Almeida, S.P.; Proença, C.E.B.; Sano, S.M.; Ribeiro, J.F. , 1998. Cerrado: espécies vegetais úteis. Planaltina: EMPRAPA-CEPAC.
Aquino, F. de G.; Walter, B. M. T. e Ribeiro, J. F.; 2007. Espécies Vegetais de Uso Múltiplo em Reservas Legais de Cerrado - Balsas, MA . Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 147-149, jul. 2007.
Brasil, 2008. Cadeias de Produtos da Sociobiodiversidade: Agregação de Valor e Consolidação de Mercados Sustentáveis - Subsídios para a Formulação de Politicas Públicas – Resultados dos Seminários Regionais.
Cunha, Antônio Geraldo da, 1924. Dicionário Histórico das palavras portuguesas de origem tupi / Antônio Geraldo da Cunha; prefácio-estudo de Antônio Houaiss. 4 ed. São Paulo: Companhia Melhoramentos; Brasíla: Universidade de Brasília, 1998.
Dalponte, J. C. e Lima, E. S., 1999. Disponibilidade de frutos e a dieta de Lycalopex vetulus (Carnivora - Canidae) em um cerrado de Mato Grosso, Brasil. Revta brasil. Bot., São Paulo, V.22, n.2(suplemento), p.325-332, out. 1999. http://www.scielo.br/pdf/rbb/v22s2/(2_s)a14.pdf (acesso em 25 de agosto de 2009).
Pereira, E. B. C.; Pereira, A. V; Charchar, M. J. A.; Pacheco, A.; Junqueira, N. T. V.; Fialho, J. F. 2002. Enxertia de Mudas de Mangabeira . Documentos Embrapa, No. 65 alerta.cpac.embrapa.br/download/292/t (Acesso em 24 de agosto de 2009).
Ribeiro, R. F. 2006. Sertão, lugar desertado – o Cerrado na cultura de Minas Gerais . Ed. Autêntica, Belo Horizonte. 376p.
Rosa, J.G. 2006. Grande sertão: veredas . 1 ed. – Rio de Janeiro: Nova Fronteira (Biblioteca do Estudante).
Rosa, M. E. C. da; Naves, R. V.; Oliveira Júnior, J. P. de; 2005. Produção e Crescimento de Mudas de Mangabeira (Hancornia speciosa Gomez) em Diferentes Substratos. Pesquisa Agropecuária Tropical, Vol. 35, No2. www.revistas.ufg.br/index.php/pat/article/viewArticle/2252 (Acesso em 24 de agosto de 2009).
Silva, D.B. da ; et al. , 2000. Frutas do Cerrado. Brasília: Emprapa Informação Tecnológica.
Spix e Martius, 1828. Viagem pelo Brasil, 1817-1820, vol.2 . Edição traduzida em 1981, lançada pela Editora Itatiaia Limitada, Belo Horizonte, Brasil.
Toda Fruta, 2008. Os segredos da mangaba. www.todafruta.com.br/todafruta/mostra_conteudo.asp?conteudo=3629 (acesso em 24 de agosto de 2009).
The Nature Conservancy do Brasil – TNC, 2008. Relatório Técnico de Planejamento para Conservação de Áreas Parque Estadual do Jalapão. Mateiros – Tocantins. 27 e 28 de Maio de 2008.
Viveiro das Mangabeiras. O que oferecemos. www.viveirodasmangabeiras.com/index.php?option=com_content&task=view&id=13&Itemid=27 (acesso em 24 de agosto de 2009).




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