HitLeap - Website Traffic EWE ERVAS SAGRADAS / HERBES / HERBO : outubro 2017

terça-feira, 31 de outubro de 2017

ÈWÉ ISAN

Amoreira Nome científico: Morus nigra 

Orixás: Esú, Omolu, Ibeiji, Oyá Ìgbàlé, Nanã, Egun e Ìyàmì 
Elementos: fogo/masculino/gun 

A Amoreira é uma árvore que pode chegar a 12 metros de altura. As folhas têm o formato de um coração, são inteiras ou lobuladas, com as bordas serrilhadas. A espécie, que pode ser encontrada em todo o Brasil, tem origem da Ásia. O fruto da Amoreira é a amora. As Amoras são frutos agregados, ou seja, são formados pela agregação de vários frutos menores denominados mini-drupa ou drupete. Existem vários tipos de amoras que diferem na coloração. Podem ser vermelhas, brancas e negras, e seu tamanho é pequeno, medindo entre 1 a 3 centímetros, dependendo da espécie. Estes frutos podem ser consumidos in natura ou como sucos, sorvetes, geleia, licores, vinhos, xaropes e vinagres. As espécies de amoreira mais cultivadas são: -Morus rubra, que produz a amora-vermelha -Morus alba, que produz a amora-branca -Morus nigra, que produz a amora-preta Nas casas de axé a Amora esta ligada à maternidade e a ancestralidade. Os antigos sacerdotes associavam seu fruto ao formato do ovário feminino e dos óvulos a serem fecundados. A amora além de possuir esta representação simbolica por sua aparência, possui propriedades que auxiliam a mulher a ter filhos, fortificando ainda mais a teoria dos antigos sacerdotes . Dos galhos da Amoreira se tira o Isan também conhecido como àtòrì utilizado por Oyá Ìgbàlé para manter o controle sobre seus filhos os Eguns. Os Sacerdotes do culto de Egun também utilizam o àtòrì para manter o controle sobre Egun e conduzi los durante suas cerimônias de culto e atos litúrgicos . O àtòrì só pode e deve ser retirado e preparado pelo Olossanyin, ou pelos Sacerdotes do culto de Egun e cargos ou postos semelhantes e instruídos ao ato. A Amoreira também é utilizada em atos de sacudimento e bate folha para retirar feitiços e afastar Egun ao fazer este rito nenhuma folha ou resquício da planta deve ficar no ambiente após a realização do ato. A mística que envolve a Amoreira em nossos cultos é tão grande que os antigos sacerdotes contam que ao entardecer os Eguns se reunem em sua sombra e por isso não se deve passar por ela ou ficar em baixo dela devido a ela atrair energias considerada negativas e devido a isso jamais se deve tomar banho feito de suas folhas. Porém há casas de axé que em sua ritualistica utilizam as folhas da Amoreira para fins litúrgicos como o preparo de banhos de descarrego e para compor a fundamentação de patuás de proteção. Não se tem relatos sobre negatividade em seus frutos que podem ser consumidos sem medo. Itan  "Em certa época, as mulheres eram relegadas a um segundo plano em suas relações com os homens. Então elas resolveram punir seus maridos, mas sem nenhum critério ou limite, abusando desta decisão, humilhando-os em demasia. "Oyá era a líder das mulheres, e elas se reuniram na floresta. Oyá havia domado e treinado um macaco marrom chamado ijimeré (na Nigéria). Utilizara para isso um galho de atori (ixan) e o vestia com uma roupa feita com várias tiras de pano coloridas, de modo que ninguém via o macaco sob os panos. "Seguindo um ritual, conforme Oyá brandia o ixan no solo o macaco pulava de uma árvore e aparecia de forma alucinante, movimentando-se como fora treinado a fazer. Deste modo, durante a noite, quando os homens por lá passavam, as mulheres (que estavam escondidas) faziam o macaco aparecer e eles fugiam totalmente apavorados. "Cansados de tanta humilhação, os homens foram ver o babalawo para tentar descobrir o que estava acontecendo. Através do jogo de Ifá, e para punir as mulheres, o babalawo lhes conta a verdade. Ele os ensina como vencer as mulheres através de sacrifícios e astúcia. "Ogun foi o encarregado da missão. Ele chegou ao local das aparições antes das mulheres. Vestiu-se com vários panos, ficando totalmente encoberto, e se escondeu. quando as mulheres chegaram, ele apareceu subitamente, correndo, berrando e brandindo sua espada pelos ares. Todas fugiram apavoradas, inclusive Oyá." Desde então os homens dominaram as mulheres e as expulsaram para sempre do culto de Egun; hoje, eles são os únicos a invocá-lo e cultuá-lo. Mas, mesmo assim, eles rendem homenagem a Oyá, na qualidade de Igbalé, como criadora do culto de Egun. Convém notar que, no culto, Egun nasce no bosque da floresta (igbo igbalé). No Brasil, no ilê awo, ele nasce no quarto de balé, onde são colocadas oferendas de comidas e realizadas cerimônias aos Eguns. Oyá é também cultuada como mãe e rainha de Egun, como Oyá Igbalé. E, como nos explica a lenda, Oyá, a floresta e o macaco estão intimamente ligados ao culto, inclusive em relação à voz do macaco como é o modo de o Egun falar. Observação pessoal: Egun não deve ser tratado como malefico ou confundido com Kiumbas, isso é um grave equívoco que deve ser desmistificado para evitar confusão. Benefícios da amora: - Combate o envelhecimento - Reforça o sistema imunológico - Melhora a pressão sanguínea - Fortalece os ossos - Contém vitaminas A, B, C, E e K - Contém ferro - Ajuda na perda de peso.

jogodotexto

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

ÈWÉ TÈTÈRÈGÚN

Olóòkun é uma divindade importante da mitologia iorubana, considerada masculina no Benin e feminina em Ifé . Ele está presente em vários mitos da Criação, ocupando lugar de destaque junto a Orunmilá e Oduduwa. Olóòkun conhece o segredo da vida (e da morte), foi em suas águas que ela teria surgido e depois se espalhado pela terra firme. Isso o torna um dos orixás mais respeitados e temidos, sua natureza é imprevisível e sua fúria jamais deve ser atraída. Segundo algumas lendas, seria pai de diversas divindades ligadas as águas, como Iyemojá (ninfa do Rio Ògún), Òsun e Òsà, ninfa das lagoas.
Um itan nos conta que em uma época muito longínqua havia uma jovem de nome Tètèrègún. A bela donzela havia se recusado a realizar oferendas a Olóòkun e por isso sofria com a seca, suas terras haviam ficado estéreis, a vida se recusava a brotar. Olóòkun proibira suas filhas de se aproximarem das terras de Tètèrègún. Foi quando a jovem resolveu consultar Ifá, o adivinho, que lhe orientou a prestar serviços a Olóòkun por alguns dias. Todos os dias a jovem saia pela manhã bem cedo e recolhia água do rio. Quando retornava para a morada de Olóòkun, quase noite, despejava toda água aos pés de Olóòkun enquanto cantava alegremente:
E Tètèrègún e Tètèrègún
Ojo gb’oomi wá ó Tètèrègún
Ojo gb’o omi wa e jô ó Tètèrègún
A chuva traz a água que molha teteregun
Chuva traz água, por favor, para molhar o teteregun
Com o tempo a mágoa de Olóòkun por não ter sido reverenciado pela jovem foi deixando o seu coração. Até que em um dia o Grande Senhor resolveu presentear Tètèrègún, transformando seu corpo em uma planta. Seus braços esguios viraram folhas. Olóòkun lhe disse que, assim como ela conseguira apaziguar sua cólera trazendo-lhe água fresca, que a partir daquele dia suas folhas seriam utilizadas para aspergir água nos seres, restituindo a calma e refrescando o espírito de todos. Tètèrègún pôde voltar para casa, sua terra voltou a ser fértil, a terra foi apazigada e a vida retornou. Agora ela cantava:
Tètèrègún òjò do ( m’pa )
Tètèrègún òjò wo bí wá
Teteregun é como a chuva que mata
Teteregun é como a chuva que dá a vida
Tètèrègún, como é chamada nas casas Ketu, está ligada aos orixás funfun, ou seja, orixás da Criação, em especial Obatalá. Em alguns grupos Bantu é conhecida como muenge munjôlo, utilizada como uma insaba (ewé) de Lemba. É interessante observarmos a paridade vida-morte, frio-quente, eró-gún, frio-quente presentes nessa folha. Ela é tida por muitos como uma folha que excita (gún), entretanto seu mito nos revela como foi utilizada para apaziguar Olóòkun, revelando assim seu outro aspecto (eró).
É costume em algumas casas utilizar suas folhas com água ou omí eró para aspergir sobre os filhos de santo, de forma a atrair coisas boas e até mesmo como forma de restituir o equilíbrio e a paz. Mais uma alusão ao mito supracitado..



ÈWÉ PÈRÈGÚN

Ewe Pèrègún – O rei que desperta as divindades na Terra

Pèrègún, que simbolicamente significa alicerce, coluna. Na África, é considerada uma árvore sagrada, uma “divindade”, é de costume vê-la plantada em lugares sagrados para os òrìsà, junto ou próximo aos seus Ojúbo.

Em Òsogbo mesmo, encontramos muitos pèrègún plantados próximo ao Ojúbo Òsum (santuário de Oxum), divindade que tem a mesma como uma árvore sagrada dentro do seu culto e suas folhas, completamente essenciais ao mesmo.
Também é utilizado para demarcar onde começa os patrimônios campestres de cada membro de um mesmo clã. A origem desta planta é africana, porém, com a vinda de escravos africanos para o Brasil, na infeliz época do tráfico escravista, esta árvore difundisse em nosso país .É considerada a planta mais popular dentro das Casas de Candomblé (Culto Afro-brasileiro), possuindo uma utilização bastante variada, essencial e indispensável na composição do Àgbo (banho lustral e litúrgico composto de folhas e outros elementos ritualísticos), banhos, sacudimentos, medicinas, magias e etc.

É uma folha que possui a regência de diversos irúnmolè como:

Èsù, Ògún, Òsányìn, Òsóòsì,Obalúayé e principalmente Òsun. É uma folha gún (de excitação).
Masculina e ligada ao elemento Terra.Sua principal ligação com Òsum se dá ao fato do acúmulo de água em seu caule. Não sendo a toa um dos nomes populares desta planta, PAU D”ÁGUA. Por isso, é uma planta que mesmo pertencendo ao elemento terra, possui grande ligação ao elemento água.Muitas medicinas são realizadas com o pèrègún, tanto para chamar e obter a sorte (àwúre oríire), quanto para agradar as feiticeiras (ìyónú ìyámi ).
Como folha gún, de excitação, tem o poder de despertar o transe, por isso é a primeira das utilizadas no

àgbo ìgbèrè (banho de iniciação):

“Pèrègún ní í pe irúnm olè
l’át’òde òrun w’áyé.

É Pèrègún que chama as

divindades do céu para a terra.

- Peregun
Na África, os àmì (assentamentos) Òsun, são colocados muitas vezes sob a copa desta árvore, no Brasil, isso acontece com os àmì Ògún(assentamentos de Ògún). O Pèrègún é também utilizado como cerca viva em torno do assentamento de Ògún em algumas casas de culto.Uma folha de grande utilização nos àgbo (banhos) de sacramento dos objetos litúrgicos de Ògún, Òsóòsì e Òsányìn.
Pèrègún é utilizado medicinalmente em banhos e chás para reumatismo. 

Pèrègún alará gigùn o

Pèrègún alará gigùn 
Oba o ni je o roro ókan
Pèrègún alará gigùn 
Pèrègún gba agbára tuntun 
Peregum, Você é dono de um corpo excitado.
Peregum, Dono de um corpo excitado.
O Rei que não deixa ter problema de coração.
Peregum, Dono de um corpo excitado.
Peregum que dá nova força (revigora).
TÈTÈRÈGÚN- Costus spicatus (Cana do brejo, cana-de-macaco, cana-do-mato, sanguelavô, ubacaia).



terça-feira, 24 de outubro de 2017

ÈWÉ GBÈRÈFÚTÚ

Nome popular: Fruta Pão
Nome científico: Artocarpus altilis.
Orisás: Iroko, Oyá e Osalá. 
Elementos: fogo/feminino/gùn. 
Uso Litúrgico: afastar egun e "tirar mão". Terapêutica: folhas: diarréias – raiz: vermífugo – fruto: tumores e furúnculos.

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

ÈWÉ SÉRE OBA e ISÍN.

Nomes Populares: Cascaveleira, Guizo-de-cascavel, Crotolária, Chocoalho, Maraca.
Nome Científico: Crotalaria retusa L., Fabaceae (Leguminosae)
Orisá: Sangô.
Elementos: Fogo/feminino.
Planta pantropical, nativa da Ásia, encontrada em diversos continentes e vastamente dispersa no território nacional.
Essa leguminosa é conhecida no candomblé brasileiro pelo nome nagô isín.

Seu fruto é uma fava que, nas “casas-de-santo”, é chamada de sékéré, porque quando seca, produz, ao balançar, um som parecido com o sere (objeto metálico em forma de cabaça com cabo, utilizado no culto a Xangô). Segundo alguns, é utilizada em oferendas ao Odu Obará, pra pedir prosperidade4 na vida. As folhas, “consideradas quentes, são usadas em banhos, juntamente com outras folhas frias para equilibrar a mistura”.
Na África, recebe os nomes àwíyán e òdòdó (Verger 1995:657), sendo conhecida dos sacerdotes do culto de Ifá.

Outra espécie que ocorre no Brasil, e que tem a mesma finalidade litúrgica, é a C. pallida Ait. (=C. mucronata Desv. E C. striata DC.), que, embora os frutos sejam parecidos, as folhas divergem em seus formatos.

sábado, 7 de outubro de 2017

Banho para trazer saúde

Ingredientes:
-Pétalas de uma rosa branca
-Alecrim 
-Lavanda 
-Camomila 
-Mangericão roxo

Ferva tudo em 1 litro de água serenada aguarde esfriar coe e tome seu banho habitual depois tome o banho de ervas do pescoço para baixo mentalizando boas energias e pedindo a Omolu saúde e disposição.






Ewé Orô, Éwúró Àlúmón

Nome popular: Assa peixe 
Nome científico: Vernonia Condensata
Orixás: Ogun e Oxalá 
Elementos: terra/masculino/gùn

Conhecido também como boldo-baiano, boldo-paulusta, boldo-japonês, boldo-chinês, boldo-africano, boldo-goiano, boldo-de-Goiás, boldo, caferana, cambará branco, chamarrita, mata pasto, enxuga, acumã, aloma, aluman, luman, árvore-do-pinguço, fel-de-índio, heparém, entre outras variações de nome em outras regiões.
Este arbusto de fácil adaptação e crescimento muito rápido, se reprroduz a partir de estacas ou sementes, e chega a alcançar de 2 a 5 metros de altura possui brotação abundante e galhos finos e frágeis que quebram facilmente com o vento . Apresenta floração de cor branca, e é muito usado para produção de chás pois possui efeito carminativo e alivia os sintomas e úlceras e grastrites.

Origem
Para uns esta planta é de origem Africana (provavelmente Benin ou Nigéria, e teria vindo junto com os escravos), para outros é uma planta que já encontrava-se no solo brasileiro e seu uso foi adaptado.

Na liturgia dos orixás se faz presente em atos de várias casas e em todos os rituais afro gaúchos sendo amplamente utilizado no Rio Grande do Sul e parte do Brasil, podendo ser usado em sacudimentos, banhos, agbô, lavagem de ocutás, e outros ritos e atos iniciaticos. 
Conta-se que está planta foi introduzida ao culto pelos antigos sacerdotes assumindo a função do Akoko por não
tê-lo em mãos tornando-o uma ewé irú por suas características semelhantes, fazendo uso dela desta forma para os seus atos litúrgicos.
Ainda segundo alguns antigos, em hipótese alguma se deve deixar que a planta cresça acima da altura das casas, acredita-se que não trazer boa sorte. Porém há controversa pois ninguém sabe dizer ao certo o porque.
Ainda assim se os antigos diziam vamos manter o dito, pois aprenderam assim e tradições devem ser respeitadas.
E a cultura gaúcha afro-religiosa tradicional costuma manter esta tradição que foi aprendida de seus antepassados ancestres.
Além desta planta pertencer a Ogun e Oxalá algumas casas de axé ainda a assossiam a Xangô em sua liturgia, outras casas de tradição africana destinam está planta a todos os orixás cultuados em sua ritualistica. Conta-se que no Rio Grande do Sul, é muito difícil encontra-la na frente das casas de axé.

Benefícios e indicações
-Como analgésico, a boldo-da-bahia é indicada para dores de cabeça e outras situações dolorosas, como artrite, artrose, cólicas menstruais e outros problemas, com a finalidade de amenizar a dor. 
-Como diurético, é indicado para cálculos renais, cálculos da bexiga, cistites e infecções no trato urinário, já que ela estimulará a eliminação de líquidos e promoverá uma limpeza no organismo, em especial nos órgãos onde essas doenças costumam se desenvolver. O consumo regular do boldo-da-bahia também abre o apetite, é indicado para anemia, diarreia, doenças cardíacas e pulmonares, febre, gota, sífilis, tosse e outros males.

Contraindicações e efeitos colaterais do boldo-da-Bahia 
Em doses altas, pode provocar irritações na mucosa estomacal.

LENDA DO AKOKO

Em Iorubá - Akôko Nome Cientifico: Newboldia laevis Seem Nome Popular: acoco
O Akôko é uma das folhas preferidas por todos os candomblecistas por ser associada sempre a prosperidade, tanto de dinheiro (owo), como de filhos (omo). De origem africana, foi introduzida aqui pelos africanos, onde se adaptou perfeitamente. É atribuída aos Orixás Ossaim e Ogum, pois esta árvore é considerada abundante e na África acomoda em suas sombras, assentamentos do Orixá Ogum onde seu culto é extenso na cidade de iré. Akôko é uma árvore sagrada também conhecida mo árvore de Oxóssi.
Entre os Iorubás, é considerada um sinal de prosperidade, pois seus troncos eram muito empregados nas feiras, locais onde o comércio era intenso e era comum que, após serem utilizadas como estacas, seus troncos brotassem, gerando novas árvores. 
Já no culto Egungum, o Akôko desempenha um papel fundamental na união dos seres do Ayê (mundo dos vivos) e Orum (mundo dos espíritos). Seu tronco que geralmente não é muito ramificado, lembra um grande opó ixé, que ligaria o Céu a Terra. Nesse caso, sua principal relação se dá com a Iyagbá Oyá, Senhora dos Ventos e dos eguns, que recebe o título de Alakôko, senhora do Akôko. Constatamos assim dois aspectos importantes dessa árvore: Sua ligação com a ancestralidade e com o elemento Ar.
Entre os jeje, recebe o nome de Ahoho (pelos Mahi) e Hunmatin (pelos Mina). O Ahoho é um huntingomé/jassú (árvore sagrada) consagrado ao Vodun Gun (Togbo) que costuma tê-la como seu principal atín sa. Segundo a tradição Mahí, os galhos do Ahoho devem ser levados junto ao corpo, em viagens longas, ou que ofereçam algum tipo de risco. Durante a execução de obrigações difíceis também. Essa medida teria como finalidade atrair a proteção de Togbô, que é um guerreiro terrível e que sempre luta pelos seus filhos.
O Akôko é uma folha associada a realeza, daí ser chamada de "a folha dos reis". Espalhada no chão do barracão em dia de festa, atrai prosperidade. Segundo a tradição Iorubá, seu tronco não pode ser ferido por machado, faca ou objetos de ferro. É utilizada para todos os Orixás.
Dizem os antigos, que o Akokô está ligado ao final do ciclo da iniciação, quando uma nova etapa na vida do iniciado começará. Por isso é uma folha muito empregada durante cerimônias de festejo dos sete anos (Odu Ige) de iniciado, principalmente quando ocorre entrega de oye (cargo). Segundo alguns, nenhum rei é considerado rei se não tiver levado no seu ori a folha de Akôko.
Quem quiser plantar o Akôko, não precisa de muito espaço, pois o seu tronco não é muito grosso, porém o seu porte é majestoso, fica bem alta. Suas flores também são bem bonitas, lembram a de um Ipê Rosa, pois pertence a mesma família botânica. Porém cuidado, pois existem pessoas vendendo Akosi como se fosse Akôko. Salve o nosso Rei! Árvore forte e imponente, esse é o Akôko. Vamos cantar para ele:

Ewé ófé gbogbo akoko

Ewé ofé gbogbo akoko
Awá li awá oro
Ewé ofé gbogbo akoko
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes
Nós temos, nós somos, riqueza e saúde
Akoko, é a folha de todas as pessoas inteligentes




7ERVAS SAGRADAS

EWE KISIKISI

ORQUIDEAS