HitLeap - Website Traffic EWE ERVAS SAGRADAS / HERBES / HERBO : fevereiro 2017

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

PESADELO

No campo mágico, o babalaô pode enviar pesadelos (àlákálá) às pessoas ou protegê-las deles. Apenas duas receitas agressivas foram-nos passadas, sendo as outras 24 dedicadas à proteção contra os pesade-los. A seguir daremos uma receita de cada tipo.

Pertencendo ao odu  ogbè òfún,  temos a receita para mandar pesadelos para alguém (àbílu imú ni 1'àlákálá). A encan-tação invoca uma entidade poderosa chamada Sigidi, especializada em trabalhos noturnos como golpear as pessoas durante o sono. Estes traba-lhos são classificados sob o odu irosún ou idin àisiin, sendo.

ofò Idin àisiin má jé kl ó lè sim.
"Larva-que-não-dorme, não o deixe dormir".

De acordo com   a   tradição, Sigidi, pesadelo divinizado e representado materialmente por uma espécie de cone de barro de forma vagamente humana, vai sob as ordens de seu proprietário sentar-se sobre o peito do inimigo apontado, para sufocá-lo. Sigidi não pode agir senão durante o sono das pessoas, mas aquele que o envia deve permanecer acordado (àisurí) até o seu retorno, porque, se adormecer, Sigidi voltará imediata-mente sem ter cumprido sua missão e sufocará seu proprietário.

Para preparar um remédio contra pesadelos (oògún àlákálàá), per-
tencendo ao odu iwòri òfún, queimam-se juntos ewé õkálà Òdsm (MALA-CANTHA ALN1FOLIA, Sapolaceac), àjékòbàlé, 'Teiticeira não-sc-empoleira-
0m mim", (CROTON ZAMBESlcus, Hupliorbiaceae), cwc abíríkolo, "virar-
imediatamente",  (HAUMANIASTRUM  LILACINUM,  Labiatae)  e a cabeça de um cachorro (orí ajá) até obter-se um pó preto, parte do qual deve ser esfrega-do em cortes sob os olhos e o restante comido com acaçá frio. Seu ofò é:

Alá rere ni t'akálà òdàn.
Ajékòbàlé e má bà lé mi. Ajá
máa gbó won. Isinkú òrun
pèhindà. Owó te ewé
abíríkolo. Isinkú òrun pèhinda.

Akálà òdàn sempre tem bons sonhos.
Ajékòbàlé, não se empoleire em mim.
Cachorro, ladre para eles.
Mortos, retrocedam.
A folha abíríkolo foi presa.

Mortos, retrocedam


TRABALHO PARA PROCESSO JUDICIAL CAIR NO ESQUECIMENTO.

Grãos de milho torrados (àgbàdo súnsurí) são usados cm trabalhos para fazer um processo judicial cair no esquecimento (àwúrc afòràn
ou idáàbòbò Vówó e/o), pertencendo ao odu ogbè òtúrá ou  ogbè   kòléjó,  "oòè-não-tem-processo-na-justiça".   Para   obter-se   tal
resultado, queimam-se diversos ingredientes, colocando-os dentro de um séré, um tipo de chocalho, juntamente com vinte grãos de milho, trinta de feijão e outras sementes. Este séré deve ser sacudido todas as manhãs, acompanhado.

do ofò:

Ase-múrá 1 'ó ní kí gbogbo ejó mi yií ó rá.
Kí won o má bi mi mó.
K'óràn náà má hú mó.
Agbàdo ti a bá sim ki í hú.
Erèé ti a bá sun ki í hú.
Okà bàbà ti a bá sun ki í hú mó.
Ataare sisun ki i hú.
Jénjókòó l'ó ník'óràn náà ójókòó.
Kí won ó má rántíi rè mó.

O-poder-do-desaparecimento disse que todos os meus processos
[na justiça] desaparecerão.
Que o caso [na justiça] não apareça mais.
O milho torrado não cresce.
O feijão torrado não cresce.
O milho-da-guiné torrado não cresce
Jénjókòó ["deixa-me-sentar"] disse que o caso vai assentar.
Eles não vão mais lembrar dele.
Ou seja, o processo na justiça não irá progredir, da mesma forma
como os grãos não podem germinar depois de torrados.


Este ofò  pode   estar   relacionado   à   maneira   pela   qual   o   milho importado da América do Sul se disseminou na terra iorubá. Conta-se que o proprietário do primeiro campo onde as sementes foram plan-tadas vendeu o produto de sua colheita apenas depois de torrado, para que ninguém mais pudesse cultivá-lo. Um de seus empregados, porém, conseguiu enganá-lo: alimentou algumas galinhas com milho cru e as enviou a fazendeiros de outros lugares. Estes imediatamente as destri-param e plantaram as sementes contrabandeadas. Dessa maneira, o cul-tivo do milho pôde se espalhar por toda a terra ioruba.


ÈWÉ ÀGBÀDO

Nome científico: Zea mays

Nome popular: Milho

Planta originária da América e introduzida na África, em tempos recentes. As várias partes do milho entram na composição de Trabalhos   pertencente   sobretudo   ao campo   mágico.  As   folhas  (ewé àgbàdo) são usadas em um trabalho para trazer boa sorte (àwúre oríre), que se classifica no  odú iwòri òfún,  também chamado  iwòri àgbàdo.

ofò deriva do seguinte provérbio:

Oríire ni f àgbàdo.
Àgbàdo rin hòhò d'óko.
O kó re bò wá 'lé.

O milho tem boa sorte.
O milho vai nu para o campo.
Ele pega a boa sorte e volta para casa com ela.

Um outro provérbio é:        

Kíni àgbàdo ámú bò? igba orno
kíni àgbàdo á mú bò? igba aso.

O que o milho traz para casa? Duzentas crianças. O que o milho traz para casa? Duzentas roupas.
São alusões à semente de milho plantada no solo, que mais tarde
Produz pesadas espigas, envoltas em palha, trazendo opulência e riqueza.
Também as folhas do milho são usadas em um trabalho para se obter favores de feiticeiras (iyónú iyàmi), sendo queimadas com ewé ata kóruríko.


Ofò:

À-rin-yò ma ni t 'àgbàdo Ata
kóruríko 'kií bíníi àjé Àjé kií
bínú sinkínrínmini Eyelé ki í
bí onílé nínú.

O milho caminha com alegria.
Ata kóruríko não odeia a feiticeira.
A feiticeira não odeia sinkínrínmini.
O pombo não provoca o ódio do dono da casa.

A espiga de milho inteira, odidi àgbàdo, é usada em uma receita
para ajudar a mulher a ter um bom parto (awèbí), classificada no odu que trata do nascimento de crianças, conforme já foi mecionado, ogbè òtúrúpòn  ou  ogbè tún  orno pòn,  "ela-coloca-uma-criança-nas-costas-novamente". A espiga é moída com ewé ahárá  (MOMORDICA  CABRAEI, Cucurbitaceae),  iyèré  (PIPER  GUINEENSE,  Piperaceae)   e  kán-ún   bílálà
(potássio concentrado) numa preparação que a mulher deve tomar com acaçá quente todas as manhãs, pronunciando o seguinte.

ofò:

Àgbàdo bá wa gbé orno wá lè
Ewé ahárá májé kí oyún ó há
Kán-ún bílálà Ia ònà fómo.

Milho, ajude-me a fazer a criança descer.
A folha de ahárá não deixa que a gravidez atrase.
Potássio concentrado, abra o caminho para a criança.

O sabugo de milho (pòpórò àgbàdo) é usado em trabalhos para
se sair vitorioso de uma luta (iségun ijàkadí), classificado no odu òsé
méji  ou  òsé oníjà,  "òse-que-gosta-de-briga", cuja modo de preparo é descrito na fórmula 312. O ofò desse trabalho é:

A rísáré nú èkan bá mi gbé òtá subú.
Pòpórò àgbàdo kí í bá olóko dimújà.
Atatú ni ti gbégi.

O sabugo de milho nunca briga com o fazendeiro.
Que o inimigo seja tão fraco nas mãos do lutador quanto o sabugo nas mãos do fazendeiro.

Gbégi não pode ser derrubado.


ÈWÉ ÀLÒ ALÈWÈ

Nome científico: Jateorhiza macrantha,  Menispernaceae,

Nome em iorubá:  àlò   eléwé   oníka   meta.
"Folha-dona-de-três-dedos",   (devido   à   sua forma), usada para encontrar trabalho (àwúre imú'ni rísé).

Ofò:

Alò eléwé oníka meta ni ó pé kí won ó fi ire temi lò mi, "Alò eléwé oníka

Meta disse que eles   sugerem   sucesso   para   mim";  alò   eléwé   nlá,  "dono-da-grande-folha", usada para conseguir um título de chefe tribal  (imú'ni joyè).
Ofò:

Alò eléwé nlá 1 'ó ní e fire iíláa temi lò mi, "Alò eléwé nlá
Disse que você sugere grande honra para mim"; àlòòfohún, "moer-e-não-falar"

Usada para se obter vitória contra um inimigo (àwúre iségun òtá) com o ]
Ofò:


Àlòòfohún má jé kí òtá   mi   fohún,   "Àlòòfohún,  não   deixe   meu   inimigo   falar"; nàmúnàmú, "completamente", usada para se ganhar um processo na justiça (àwúre afòràn) com o ofò Nàmúnàmú mo mú òràn yiíje,  "Eu pego este processo e o como completamente";   e  bóró,  "vindo-facilmente",   usada   para   que   as   mulheres grávidas tenham.



ÈWÉ ETÍ OLÒGBÒ

Nome científico: Ipomoea hederiafolia IPOMOEA , Convolvulaceae
Nome popular: jitirana.orelha de gato.
Nome em iorubá: etí ológbò e kawó kawó. Etí ológbò, "orelha-de-gato", (por causa de sua forma) é usada para obter dinheiro (àwúre owó) com o ofò Etí ológbò, 1 'ó ní é máa gb 'ówó wá, "Etí ológbò disse que você traz dinheiro [para mim]"; para proteger contra a morte (idáàbòbò Vówó ikú) com o ofò Etí ológbò l'ó ní k'ó gbó, "Etí ológbò disse que ele deverá chegar à velhice"; e ainda para atrair a simpatia das pessoas (àwúre íféràn èniyàrí) com o ofò Etí ológbò í'ó nígbogbo yín féràn mi, "Etí ológbò diz que todos vocês devem me amar" (fórmula 350). A kawó kawó, "conta-dinheiro", é usada em duas preparações para conseguir dinheiro (àwúre owó) com seus respectivos ofò Kawó kawó ò ní jíkí ó má kawó, "Kawó kawó diz que eu realmente deverei contar dinheiro", e Kawó kawó kií jí k'ó má kawó, "Kawó kawó nunca acorda sem contar dinheiro"

(Pierre Verge)


ÈWÉ ITÉTÉ

Nome popular: Jasmim-manga

Nome científico: Plumeria rubra

Orixás:Oxóssi e Logun Edé

Elemento:Terra/Masculino.

Está é a folha da vaidade, tem o poder de tornar uma pessoa vaidosa, a noite suas flores ficam mais perfumadas.

ÈWÉ PÈRÈRÈGÚN

Nome Yorùbá =Pèrègún.
Nomes Populares =Nativo, Pau d’água, Dracena, Coqueiro de Vênus.
Nome Científico =Dracaena fragrans.
Pèrègún, que simbolicamente significa alicerce, coluna. Na África, é considerada uma árvore sagrada, uma “divindade”, é de costume vê-la plantada em lugares sagrados para os òrìsà, junto ou próximo aos seus Ojúbo.
Em Òsogbo mesmo, encontramos muitos pèrègún plantados próximo ao Ojúbo Òsum (santuário de Oxum), divindade que tem a mesma como uma árvore sagrada dentro do seu culto e suas folhas, completamente essenciais ao mesmo.
Também é utilizado para demarcar onde começa os patrimônios campestres de cada membro de um mesmo clã. A origem desta planta é africana, porém, com a vinda de escravos africanos para o Brasil, na infeliz época do tráfico escravista, esta árvore difundisse em nosso país .É considerada a planta mais popular dentro das Casas de Candomblé (Culto Afro-brasileiro), possuindo uma utilização bastante variada, essencial e indispensável na composição do Àgbo (banho lustral e litúrgico composto de folhas e outros elementos ritualísticos), banhos, sacudimentos, medicinas, magias e etc. É uma folha que possui a regência de diversos irúnmolè como:
Èsù, Ògún, Òsányìn, Òsóòsì,Obalúayé e principalmente Òsun. É uma folha  
gún (de excitação).
Masculina e ligada ao elemento Terra.Sua principal ligação com  Òsum se dá ao fato do acúmulo de água em seu caule. Não sendo a toa um dos nomes populares desta planta, PAU D”ÁGUA. Por isso, é uma planta que      mesmo pertencendo ao elemento terra, possui grande ligação ao elemento água.Muitas medicinas são realizadas com o pèrègún, tanto para chamar e obter a sorte (àwúre oríire), quanto para agradar as feiticeiras
(ìyónú ìyámi ).
Como folha gún, de excitação, tem o poder de despertar o transe, por isso
é a primeira das utilizadas no àgbo ìgbèrè (banho de iniciação):

“Pèrègún ní í pe irúnm olè
l’át’òde òrun w’áyé.     

É Pèrègún que chama as
divindades do céu para a terra.

Na África, os àmì (assentamentos) Òsun, são colocados muitas vezes sob a
copa desta árvore, no Brasil, isso acontece com osàmì Ògún(assentamentos de Ògún). O Pèrègún é também utilizado como cerca viva em torno do assentamento de Ògún em      algumas casas de culto.Uma  folha de grande utilização nos àgbo (banhos) de sacramento dos objetos litúrgicos de Ògún, Òsóòsì e Òsányìn.
Pèrègún é utilizado medicinalmente em banhos e chás para reumatismo.

Pèrègún alará gigùn o
Pèrègún alará gigùn    
Oba o ni je o roro ókan
Pèrègún alará gigùn    
Pèrègún gba agbára tuntun    

Peregum, Você é dono de um corpo excitado.    
Peregum, Dono de um corpo excitado.
O Rei que não deixa ter problema de coração.
Peregum, Dono de um corpo excitado.    
Peregum que dá nova força (revigora)



ÈWÉ TÈTÈRÈGÚN

Nome Yorùbá = Tètèrègún, Tètè Egún, Tètèègúndò.
Nome Bantu = Mueki Rizanga.
Nomes Populares = Cana-do-brejo, Cana-de-macaco, Cana-do-mato, Sanguelavô, Sangolovô, Ubacaia.
Nome Científico = Costus spicatus

Tètèrègún é uma folha nativa do Brasil, é encontrada em todo o território nacional e também e outros continentes.
Folha Gún (de exitação), Masculina, ligada ao elemento Ar. 

É da regência de Obàtálá e Bàbá Egúngún.

Uma das folhas mais utilizadas dentro da Liturgia do Culto a Òrìsà non Brasil (Candomblé) e na Nigéria (Èsìn yorùbá). Folha de grande importância e fundamento, e isso se dão ao fato, de Tètèrègún ser capaz de proporcionar a Vida ou a Morte a alguém.
A mesma é utilizada em Iniciações (Igbèrè), na sacralização de elementos
ritualísticos, em magias e medicinas = Oògùn, etc.
No Brasil, é uma das oito (8) principais folhas (ewé) que fazem parte da composição do Àgbo (mistura vegetal) que banha o Iniciado (Ìyàwó) no período de reclusão para seu Orixá. Representando a Morte (para a vidaprofana) e a Vida (nascimento para a vida religiosa). É também capaz de provocar o transe em omo Obàtálá (filhos de Oxalá), omo Sàngó (filhos de Xangô) e omo Ògún (filhos de Ògún).
É uma das principais folhas de Obàtálá (Oxalá), sendo utilizada em quase todos os ritos que se utilizam de folhas, para o Grande Rei do Pano Branco.
Medicinalmente a Cana-do-brejo é utiliza-da no combate a solitárias, vermes e principalmente nos casos de cálculos renais.
“Têtêrêgún òjò do m’pá
Têtêrêgún òjò wo bi wá”

Têtêrêgún é como a chuva que mata.
Têtêrêgún é como a chuva que dá vida


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

ÈWÉ KÚKÚNDÚNKÚ

Ewe - Kúkúndùnkú.- A mestra das folhas quando o dia nasce.
Nome Yorùbá = Ewé Kúkúndùnkú.
Nome Popular = Folha de batata-doce.
Nome Científico = Ipomoea batatas(apaziguamento), ligada ao   elemento água e também ao elemento terra, nasce na água e também na terra. É uma folha de prosperidade e multiplicação. Por isso que a principal divindade ligada ao Àse      desta folha é Òsúmarè - Divindade ligada tanto ao elemento água,quanto ao elemento terra, e uma das principais divindades yorùbá da prosperidade.A origem desta folha (planta) é as Américas, muito cultivada dês de épocas pré-coloniais no México e no Perú.
Kúkúndùnkú é uma folha de grande importância, tanto na liturgia yorùbá,onde é conhecida pelos nomes de òdùnkún, ànàmóyáyá, òdùnkún àdùnmó  e èdunmùsí, quanto na liturgia dos Candomblés Jeji-Nàgó.
É utilizada em Omièrò (banho de folhas apaziguadoras), àgbo ìgbèrè (banhos compostos por diversos elementos de origem vegetal, animal e mineral, utilizado em iniciações) de iniciados dos Òrìsà Òsúmarè, Nàná e Ìyèwá. Em òògùn (medicinas) curativas e mágicas e etc. 
Seus frutos, kúkúndùnkú funfun (batata-doce branca) e kúkúndùnkú pupa (batata-doce vermelha ou roxa) são utilizados em oferendas, a batata-doce vermelha em oferendas à
Òsúmarè. São utilizados também em ebo (oferendas) para atingir a prosperidade. E quando utilizadas com um determinado ofò - encantamento,  despertam― Òsúmarè. A batata-doce branca é utilizada em oferendas a Yèmoja, Ògún e em algumas casas à Sàngó (Àyrá).
Medicinalmente, a folha de batata-doce é utilizada cozida em casos de
tumores e inflamações, sobretudo na boca e na garganta, aplicando-se em
gargarejos.
Efun l’ebá lé k’ojúmon ó
Efun l’ebá lé k’ojúmon
Kúnkúndùnkú
Olórí ewé
Efun l’ebá lé k’ojúmon
Quando o dia nasce.
Quando o dia nasce.
Kúkúndùnkún
É a mestra das folhas.
Quando o dia nasce


ÈWÉ ÒDÙNDÚN

Ewe - Òdúndún – O Pai que espalha calma sobre a Terra.

Nome Yorùbá: Òdúndún, Elétí.

Nome Popular: Folha da costa, saião, folha grossa, paratudo, erva grossa.

Nome Científico:  Kalanchoe brasiliensis Camb
Òdúndún é uma folha de origem brasileira, encontrada praticamente em todo o território nacional. Mas hoje, também já encontramos Òdúndún (Folha da costa) em diversas áreas tropicais de outros continentes.
Muito confundida com Àbámodá (Folha da fortuna), o Òdúndún é uma folha (ewé) Èrò (de apaziguamento), feminina, ligada ao elemento água e a todas as divindades da Criação – Òrìsà funfun.

É utilizada tanto no Brasil, quanto na África (Nigéria), onde é conhecida pelo nome yorùbá de Elétí, em iniciações (Igbèrè) e em medicinas (Oògùn).
No Brasil, nas Casas de Candomblé da Nação Kétu, a mesma é uma das principais folhas utilizadas no Àgbo (composição de elementos vegetais, animais e minerais, utilizado para a sacralização do corpo do iniciado e seus pertences ritualísticos). É também utilizada em oferendas à Obàtálá (Òsàlá) e no sacrifício de animais como o Pombo (Eyelé), a Galinha de angola (Etù) e o Caramujo (Ìgbín).
Utiliza-se também o Òdúndún, junto a outras ervas, para “lavar as vistas” e os búzios (Owó eyo), dos sacerdotes que utilizam-se do oráculo Mérìndínlógún Ifá (Jogo de Búzios).
Na Nigéria, o Òdúndún é uma das folhas que compõe um omièrò utilizado pelos Bàbálawo e Iniciados em Ifá (Awo’fá) para lavarem suas vistas antes de abrirem Igbádù (a Cabaça da Deusa Òdù), para que assim possam 
cultuar a mesma, sem maiores danos para suas vistas e vidas. Também é
utilizada juntamente a outras folhas, em um àgbo específico para serem
lavados os símbolos ritualísticos de Obàtálá e sua esposa Yèmowó, após
os sacrifícios.
Na Medicina e na Fitoterapia, o Saião (Òdúndún) é utilizado no combate a doenças pulmonares, porém, seu consumo excessivo gera pleurisia (inflamação das pleuras pulmonares - Empiema). O saião é cicatrizante, alivia a dor e ajuda a de-sinchar áreas magoadas, machucadas. Aquecida em azeite de oliva, ajuda furúnculos virem a furo. Seu sumo quando ingerido, ajuda no combate a úlceras e distúrbios estomacais.
Òdúndún é uma folha que acalma, apazigua, traz saúde, paz e vida longa –
Àláàfíà. Assim como diz uma de suas cantigas:

Òdúndún Bàbá T’èrò‘lè
Òdúndún Bàbá T’èrò‘lè
Bàbá T’èrò’lè
Imalè T’érò’lè
Òdúndún Bàbá T’èrò‘lè

Òdúndún, Pai, espalhe a calma sobre a terra.
Òdúndún, Pai, espalhe a calma sobre a terra.
Pai espalhe a calma sobre a terra.
Divindade espalhe a calma sobre a terra.
Òdúndún, Pai, espalhe a calma sobre a terra.



ÈWÉ ÀBÁMODÁ

Ewe - Àbámodá, Aquela que faz você realizar o que deseja.
Nome Yorùbá = Àbámodá, Erú òdúndún, Kantí-kantí e Kóropòn.
Nomes Populares = Folha da fortu-na, fortuna, folha grossa, milagre de São Joaquim.
Nome Científico = Bryophyllum pin-natum
Àbámoda é uma folha bastante conhecida e utilizada no culto a Òrìsà, Nkisi e Vodùn.
De origem asiática, foi introdu-zida há muito nas Américas, hoje en-contrada em todo o território nacio-nal. Uma planta de fácil cultivo, já que, brota com grande facilidade, principalmente em lugares e terras úmidas.
Muito confundida com a Folha da costa (Òdúndun) e com uma flor ornamental conhecida como Kalanchoe.
Mesmo a folha da fortuna (Àbámodá) sendo uma substituta da folha da costa, são duas folhas distintas.
Àbámoda é uma folha feminina, de Èrò (calma). Regida pelas divindades Èsù, Òrúnmìlà e Obàtálá. Com diversas utilizações, tanto medicinal, quanto litúrgica.
Seu nome (Àbámodá) significa: “O que você deseja, você faz”. Pelo seu uso em substituição ao Òdúndun, também é chamada de Erú Òdúndun –Escravo de Òdúndun.
Na Nigéria, mais precisamente em Ilé Ifè, Àbámodá faz parte de u-ma ritualística mistura de ervas que serve para banhar as estatuetas de Obàtálá e sua esposa Yèmowó, a-pós os sacrifícios rituais.
Como folha de Èsù, representa a multiplicação e a prosperidade, ca-paz de multiplicar qualquer Àse, tra-zer prosperidade, afastar coisas ne-fastas e trazer muitas realizações. Uma folha que não pode faltar no Àgbo que sacraliza o Yangí de Èsù.
É considerada por muitos Bàbálawo (Sacerdote de Òrúnmìlà) co-mo uma
folha de Ifá e bastante utilizada dentro do culto ao mesmo.
Os Olóòsanyìn (Sacerdote de Òsanyìn) utilizam-se da mesma em oògùn (magias) para prosperidade, afastar a inveja e a obtenção de realizações. Já os Onísegùn (Médicos herbalistas) a usam para a cura de doenças de pele, como feridas, furúnculos, úlceras e dermatoses em geral.

No Candomblé (Religião afro-brasileira), ela é utilizada em rituais de iniciação, através do Àgbo (preparado utilizado para banhar ou beber), na sacralização de objetos ritualísticos das divindades, para as-sentar “Èsù do Mercado”, para lavar os búzios (owó eyo) do oráculo e em muitas outras magias para prosperidade.
Medicinalmente a folha da for-tuna (àbámodá) funciona como diu-rético, combate encefalias, nevralgi-as, dores de dente, coqueluche e a-fecções das vias respiratórias. E também é bastante utilizada no combate a diabetes


7ERVAS SAGRADAS

EWE KISIKISI

ORQUIDEAS