Nome popular: Feijão-fradinho
Nome cientifico: Vigna ungiculata(L.)Walp.Fabaceae (Leguminosae)
Sinonimo:
Vigna sinensis(L.)Savi ex Hassk.Ssp sinensis
Òrìsà: Òsányìn
Elemento: Terra/ feminino
Originário da África, o feijão fradinho foi introduzido no Brasil na época da
colonização.Cultivada em grande escala no nordeste e possuindo grande valor
comercial, esta leguminosa é largamente utilizada na cozinha nacional.
Na culinária litúrgica dos candomblés, o feijão fradinho é usado em vários
tipos de oferendas, dentre as quais destacamos:
Ekurú: Massa preparada com a polpa do feijão-fradinho, moída e misturada com
cebola ralada, envolvida em folha de bananeira e cozida no vapor. Oferece-se a
Oxalá.
Abará: Feito com a mesma massa do ekurú misturada a azeite-de-dendê, camarão
seco, cebola ralada e sal, também acondicionado em folhas de bananeira e cozido
no vapor. Esta iguaria é oferecida a Ogum, Oxum, Oiá e Nanã.
Acarajé: Prepara-se com a mesma massa do ekurú misturada a azeite-de-dendê,
temperada com sal e cebola ralada. Fritam-se as porções no azeite de dendê.
Este prato é predileto de Oiá, porém Xangô, Ogum, Oxum e Ibejeije também
apreciam esta iguaria. Para Xangô-Airá o acarajé é frito no azeite de oliva.
Omolocum: Deixa-se o feijão-fradinho cozinhar até ficar bem mole. Prepara-se um
refogado com azeite-de-dendê, camarão seco e triturado, cebola ralada e sal.
Acrescenta-se o feijão cozido, mexendo bem até formar uma consistência pastosa.
Coloca-se em uma vasilha de louça e enfeita-se com ovos cozidos. É uma das
comidas prediletas de Oxum.
O feijão fradinho torrado é oferido a Ogum, e no amalá de Xangô-Airá incluem-se
grãos descascados deste feijão.
Como sucedâneo do feijão-fradinho, a massa básica do abará e do acarajé pode
ser preparada também com a polpa do feijão-mulatinho(phaseolus vulgaris Sch.),
pois este é considerado como tendo o mesmo sabor e consistência.
Utilizado pelos iorubás como alimento e na liturgia dos orixás, na África, é
conhecido pelos nomes erèé ahun, èwà, èwà funfun, èwà dudu e èwà erewe(Verger
1995:735).
Do mesmo modo que vários outros tipos de feijão, este é empregado nos casos de
anemias devido ao seu alto teor de ferro.
fonte:
Livro "Èwé' Òrìsà - Uso litúrgico e terapêutico dos vegetais nas casas de Candomblé'
Jeje-Nago".
Escrito pelo Olossayín José Flávio Pessoa de Barros e por Eduardo Napoleão.
Editado pela Betrand do Brasil, o livro aborda, entre outros aspectos, as
substituições e adaptacoes feitas pelos escravos ao chegarem ao Brasil e nao
encontrarem as ervas que utilizavam anteriormente.
José Flávio Pessoa de Barros é coordenador do Programa de Estudos e Pesquisas
sobre Religiões - PROEPER/Uerj.
Antropólogo e pesquisador das religiões afro-brasileiras, especialmente o candomblé.
Estuda os rituais, simbolismos, identidades e músicas sagradas dos terreiros.
A partir de sua Tese de doutoramento Bahia , FFLCH/USP, 1983
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